Essa semana a coluna Sopa de Letras resenha para você o excelente filme Beleza Americana, uma trama repleta de reviravoltas e surpresas, e que ainda conta com a majestosa atuação de Kevin Spacey!
O
subúrbio norte-americano - com suas casas aparentemente fabricadas em série,
jardins extremamente bem cuidados e vizinhos que disparam sorrisos artificiais
uns para os outros – se faz o cenário principal da vida repleta de insatisfação
e alienação de Lester Burham, em Beleza
Americana (American Beauty,1999)
Acorrentado a um casamento infeliz
com Carolyn, vivida por Annette
Bening (The Grifters;
The American President), e sendo
constantemente ignorado pela filha adolescente Jane (Tora Birch), o protagonista – interpretado
brilhantemente por Kevin Spacey (Seven;
Os suspeitos) - , entretanto,
acomoda-se ao assumir uma postura passiva e impotente diante daquilo que tanto
lhe desagrada.
Contudo, o cotidiano monótono e
previsível de Lester sofre uma reviravolta quando ele conhece Angela Hayes (Mena Suvari), melhor amiga de sua
filha. Apaixonado pela jovem, o homem de meia idade decide reconstruir sua vida
e recuperar a felicidade.
É a partir desse momento que os
conflitos vivenciados pela família e pela vizinhança tornam-se o ponto central
da obra. Através da direção sensível e
subjetiva de Sam Mendes, Beleza Americana
faz uma inserção a um mundo que parece perfeito e inabalável, -
representado pelo bairro em que Lester mora e sua própria família - mas que
esconde segredos, traições, preconceitos, alienação e submissão.
O novo vizinho, um militar
aposentado e aparentemente homofóbico, mas que tenta de todas as formas
esconder sua homossexualidade; a filha que não se encaixa nos padrões de beleza
americanos e que se sente alienada por isso; o jovem incomum que ganha dinheiro
traficando drogas: cada personagem desempenha uma função e um aspecto essencial
que conferem ao filme uma áurea satírico-dramática em relação ao
estabelecimento dos padrões sociais americanos.
Na obra, a criação e o
desenvolvimento dos diversos estereótipos tipicamente americanos são os
responsáveis por sua própria desconstrução. Dessa forma, o comportamento e as
ações dos personagens servem como alerta para que o espectador perceba que,
ali, nada é o que realmente parece ser.
Outro aspecto marcante do filme é a
presença de um narrador onipresente - o próprio protagonista - e que, aos
primeiros minutos do longa, já revela ao público seu desfecho: a morte. Dessa
forma, Beleza America narra os fatos
que precedem e levam Lester ao seu trágico final, no que aparenta ser um típico
subúrbio americano, mas que, de fato, não o é.
Assista ao trailer!
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