quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sopa de Letras


Essa semana a coluna Sopa de Letras resenha para você o excelente filme Beleza Americana, uma trama repleta de reviravoltas e surpresas, e que ainda conta com a majestosa atuação de Kevin Spacey!



    O subúrbio norte-americano - com suas casas aparentemente fabricadas em série, jardins extremamente bem cuidados e vizinhos que disparam sorrisos artificiais uns para os outros – se faz o cenário principal da vida repleta de insatisfação e alienação de Lester Burham, em Beleza Americana (American Beauty,1999)
  Acorrentado a um casamento infeliz com Carolyn, vivida por Annette Bening (The Grifters; The American President), e sendo constantemente ignorado pela filha adolescente Jane (Tora Birch), o protagonista – interpretado brilhantemente por Kevin Spacey (Seven; Os suspeitos)  - , entretanto, acomoda-se ao assumir uma postura passiva e impotente diante daquilo que tanto lhe desagrada.


    Contudo, o cotidiano monótono e previsível de Lester sofre uma reviravolta quando ele conhece Angela Hayes (Mena Suvari), melhor amiga de sua filha. Apaixonado pela jovem, o homem de meia idade decide reconstruir sua vida e recuperar a felicidade.
    É a partir desse momento que os conflitos vivenciados pela família e pela vizinhança tornam-se o ponto central da obra.  Através da direção sensível e subjetiva de Sam Mendes, Beleza Americana faz uma inserção a um mundo que parece perfeito e inabalável, - representado pelo bairro em que Lester mora e sua própria família - mas que esconde segredos, traições, preconceitos, alienação e submissão.


    O novo vizinho, um militar aposentado e aparentemente homofóbico, mas que tenta de todas as formas esconder sua homossexualidade; a filha que não se encaixa nos padrões de beleza americanos e que se sente alienada por isso; o jovem incomum que ganha dinheiro traficando drogas: cada personagem desempenha uma função e um aspecto essencial que conferem ao filme uma áurea satírico-dramática em relação ao estabelecimento dos padrões sociais americanos.
  Na obra, a criação e o desenvolvimento dos diversos estereótipos tipicamente americanos são os responsáveis por sua própria desconstrução. Dessa forma, o comportamento e as ações dos personagens servem como alerta para que o espectador perceba que, ali, nada é o que realmente parece ser.


   Outro aspecto marcante do filme é a presença de um narrador onipresente - o próprio protagonista - e que, aos primeiros minutos do longa, já revela ao público seu desfecho: a morte. Dessa forma, Beleza America narra os fatos que precedem e levam Lester ao seu trágico final, no que aparenta ser um típico subúrbio americano, mas que, de fato, não o é.

Assista ao trailer! 


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