quinta-feira, 7 de março de 2013

Sopa de Letras

No Sopa de Letras, nós já resenhamos sobre um filme brasileiro (2 coelhos) e um filme americano (Beleza Americana). Agora, quem ganha espaço aqui é o cinema argentino, com o drama Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual.


   A imensa cidade de Buenos Aires, com suas ruas caóticas e transbordantes, parece um lugar impossível para se encontrar o verdadeiro amor. Ao menos assim pensam os protagonistas de Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual. Lançada em 2011, a obra foi escrita e dirigida por Gustavo Taretto.
    

   A trama narra a história de dois jovens que vivem na capital argentina e suas sucessivas desventuras em relação a encontros amorosos. Martin, interpretado por Javier Drolas, é um web designer que passa os dias trancafiado em seu pequeno apartamento, já que desenvolveu certo pânico de multidões. Disposto a mudar isso, ele consulta um especialista, que lhe recomenda que comece a encarar a cidade de outra forma – não ver Buenos Aires apenas como um conjunto de asfalto e concreto, mas enxergar seus belos e encantadores detalhes.


   Mariana, que ganha vida através de Pilar López de Ayala, é uma arquiteta frustrada: nunca construiu uma casa sequer em dois anos de formação. Em virtude disso, se dedica a decorar vitrines de lojas de roupas espalhadas pela cidade. Com um relacionamento longo que recentemente foi rompido e corrompido pelo cotidiano, a protagonista se vê completamente sozinha em seu novo apartamento.
   O livro favorito de Mariana, Onde está Wally, é a peça central que evidencia todo o sentimento evocado pelo filme. [O livro] “É a origem da minha fobia de multidões, e criou em mim uma angústia existencial bem particular. Ele representa de um jeito dramático a angústia de saber que sou alguém perdido entre milhões. Os anos passaram, e ficou uma página sem resolver. Wally na cidade. [...] Então me pergunto: se mesmo sabendo quem eu procuro, não consigo achar, como vou achar quem eu procuro se nem sei como é?". 


   Os dois protagonistas, então, se dedicam à angustiante tentativa de encontrar seu par ideal em uma cidade de proporções gigantescas. O que eles não sabem, contudo, - e que acaba por levar o espectador a uma ansiedade gritante – é que possuem diversos gostos e desejos em comum. Moram na mesma avenida, atravessam pelos mesmos lugares, mas nunca se cruzam.


   Medianeras é, dessa forma, uma obra reflexiva e aprofundada sobre o sentimento de solidão vivido em uma grande metrópole. Mas, mesmo tratando de temas melancólicos, o filme não perde sua doçura ou encanto. É, sim, um longa sobre angústia e medo. Mas é também uma linda história de amor que merece ser vista.

 Assista ao trailer!


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